2022/2023: O ano da Diversidade, Equidade e Inclusão em Rotary

Primeira mulher presidente do Rotary International, Jennifer Jones destaca a importância dos temas

Por Thiago Oliva, Rotary Club de Monte Alto, D. 4540, para a Revista Rotary Brasil

“Acredito que a Declaração de Diversidade, Equidade e Inclusão começa no topo e, para vermos um aumento no número de mulheres e associados com menos de quarenta anos, estes grupos demográficos devem ser refletidos na nossa liderança”.

É assim que Jennifer Jones, presidente de Rotary International 2022/23, e primeira mulher selecionada ao cargo em 117 anos de Rotary, comenta sobre visão e metas e reflete sobre prioridades estratégias para ao seu ano.

O Rotary publicou a sua Declaração de Diversidade, Equidade e Inclusão (D.E.I.) em 2019 e, em setembro de 2020, o Conselho Diretor do Rotary International formou uma força-tarefa com especialistas do mundo todo para encontrar uma abordagem internacional que identifique e combata preconceitos e injustiças em nossos clubes, distritos, comissões e programas.

No Brasil não foi diferente. A partir de janeiro de 2021, por uma iniciativa do RIBO e o seu Especialista em Quadro Associativo – Caio Cruz, um grupo de pessoas voluntárias e associadas a Rotary e Rotaract Clubs trabalhou e dialogou sobre o tema. Este grupo produziu e realizou uma série de webinars em novembro do mesmo ano, com a intenção de esclarecer, e de forma didática, propagar o respeito ao se tratar de alguns grupos de pessoas sub-representadas no nosso País e onde os clubes estão inseridos.

NACIONAL

Anderson Zerwes, do Rotary Club Encruzilhada do Sul (D. 4680), foi o escolhido para presidir a Comissão Nacional (CDEI) neste ano.

“Uma das coisas que mais nos orgulha é o espírito resiliente das pessoas em Rotary. E é desta forme que podemos ver D.E.I. conduzido no Brasil: com seriedade, sem prejuízo de nossos valores ou identidade, de forma colaborativa, com a participação de associados de todo o país, sempre com o intuito de crescer e transformar ainda mais”, destaca.

“A CDEI conta com as seguintes comissões: Comunicação e Eventos (divulgação interna e externa e promoção de eventos), Serviço e Projetos (estabelecer pontes com ONGs e grupos independentes e criar um reconhecimento para Rotary e Rotaract no Brasil), Parcerias e Estratégia (acompanhar o desenvolvimento do Comitê, suas diretorias e estabelecer colaboração com os D.E.I. Distritais), Educação e Pesquisa (promover D.E.I. como valor de RI conhecendo as realidades de cada grupo e compartilhamento o conhecimento de forma educativa e fundamentada) e Engajamento (informar, atrair e contextualizar o propósito, integrando novas pessoas e parcerias).’, explica Arthur Sanches, coordenador de Comunicação e Eventos. O canal de acesso ao Comitê é contato@comitedeibrasil.com.br.

“A diversidade, como fato, sempre esteve presente em nossa história. Veja como Paul Harris fundou o Rotary, à sua maneira, à luz da sociedade da época e da cultura onde vivia: ele entendia, e semeava, que ao unir as perspectivas de diferentes pessoas o resultado seria de maior significância para mais pessoas. Desde lá atuamos em diversos lugares das mais diversas culturas. Mas durante os anos muitos desafios foram impostos pela sociedade e o mundo de hoje não é mais o mesmo, assim como os resultados esperados pelas pessoas clamam por diálogos mais honestos e abertos, por representatividade, por escolhas com equidade e oportunidades onde a roda possa girar”, reforça o presidente Anderson.

GLOBAL

A Força-Tarefa constituída produziu um mapeamento do estado atual de diversidade, equidade e inclusão, perguntando aos nossos membros sobre suas experiências, suas percepções e seus pensamentos sobre diversidade no Rotary.

“Mais de 31 mil rotarianos de 121 países responderam sobre o que queriam que o Rotary fizesse para criar um quadro associativo mais diversificado, construir uma cultura inclusiva e oferecer oportunidades mais justas para todos. Rotarianos nos disseram que querem que a cultura do Rotary se torne mais inclusiva. Esse feedback foi consistente e claro em todo o mundo. Independentemente do país, rotarianos, rotaractianos e lideranças rotárias expressaram o compromisso de melhorar a cultura do Rotary e nos disseram que acreditam no poder do D.E.I. para aumentar o nosso impacto. Esse foi um dos principais motivos de estarmos fazendo isso: para nos tornarmos ainda mais fortes e relevantes hoje e no futuro”, comenta Anderson.

Além disso, no último Conselho de Legislação, foi aprovada uma proposta que fala sobre a proibição de um clube restringir a entrada de pessoas com base em sexo, raça, cor, credo nacionalidade ou orientação sexual. Nela ainda consta, como objetivo, que a diversidade está corretamente incluída nos valores de Rotary, juntamente com companheirismo, integridade, serviços humanitários e liderança.

PASSOS

Convidar especialistas no tema para falar com o seu clube, é uma das ações propostas para 22/23. O conhecimento também pode ser expandido por meio de um curso disponível no centro de aprendizagem em MyRotary.org, além da participação de grupos sub-representados em cargos de liderança.

“Diversidade, Equidade e Inclusão são mais do que uma tendência ou palavrinhas simpáticas para atração de novos associados: encerram um desafio muito mais profundo do que se imagina. Aplicá-las em nossa organização exige conhecimento de causa, planejamento, e principalmente compromisso, com o efetivo apoio e envolvimento de nossas lideranças. A exclusão, seja intencional ou de outra forma, machuca a todos”, finaliza Anderson.

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